“A arte do silêncio” (1920-1922): a escrita cronística em tempos de cinema

Resumo

Este artigo analisa a série cronística “A arte do silêncio” (Careta, 1920-1922), procurando compreender as relações estabelecidas entre este gênero textual e o cinema. Apoiado em estudos canônicos sobre a crônica, este texto toma a figura do pseudônimo como o elemento aglutinador da série. “A arte do silêncio” é assinada pelo fugidio “Jack”, epíteto estrangeirado que nomeia um conjunto de artistas de cinema do princípio dos anos de 1920. Procura-se compreender aqui de que forma a indústria cinematográfica amolda a escrita cronística numa década que é ponto de inflexão tanto para o cinema (marcando a consolidação da produção hollywoodiana e a sua penetração no Brasil) quanto para a literatura (dado o advento do primeiro Modernismo, no fecho de nosso recorte temporal). O artigo discorrerá sobre a crônica cinematográfica então possível numa revista ilustrada cujo cronista era altamente influenciado pelo cinema narrativo.